"Nova Lei das Finanças Locais" - Fernando Ruas, the men!
Hoje, foi com agrado que recebi na minha caixa do correio o editorial AGO/SET, de 2006, da CM de Faro. É um editorial bastante pequeno e conciso (será da crise?), constituído por quatro páginas, onde é apresentado o que foi feito nos últimos meses pela CM. Até aqui nada de anormal.A questão, é que uma das páginas tem o título "Factos sobre a grave situação financeira do município de Faro” e ocupa a quase totalidade de uma das páginas.
Aproveito então para citar alguns dos factos:
“1. - A dívida de curto prazo do Município subiu 93,7% entre 2004 e 2005…”
“3. - A dívida de médio e longo prazo subiu 12% em 2005,…”
“4. - O valor de endividamento líquido…, que é superior à capacidade d endividamento para 2006…”
“5. – O actual executivo gere o orçamento corrente de 2006 com aproximadamente menos 2 milhões de uros que o executivo anterior, resultado de dívidas anteriores não pagas.”
Utilizo assim o exposto nesse editorial para enquadrar algumas opiniões sobre a nova Lei das Finanças Locais. Segundo notícia da Sol, o já mediático Fernando Ruas tem as seguintes afirmações:
«Se quer disciplinar as finanças públicas, não dê esta lição aos autarcas, mas para o lado», sublinhou, reafirmando que as autarquias têm «muito pouco a ver com o deficit público».
Ainda que admita que possam ser encontrados nas 308 autarquias do país exemplos de projectos considerados «faraónicos», Fernando Ruas referiu que «eles também existem no Governo».
Perante os factos evidenciados no editorial da CM de Faro e os comentários do Sr. Fernando Ruas, será que esta nova Lei das Finanças Locais é assim tão má? Será que a solução para a maioria das autarquias é continuar a endividar-se? Se estivéssemos a falar de uma empresa e não de uma autarquia, será que essa não estaria já perto da falência?
A propósito deste representante dos municípios e para que a memória não seja curta, relembro algumas notícias anteriores:
Exigências dominaram posse de Fernando Ruas - «… Ruas falou das obras que quer ver concluídas no mandato o parque linear, o funicular, a ecopista, o novo espaço da feira semanal, a Quinta da Cruz com todas as suas componentes (recuperação do edifício central, quinta pedagógica, arquivo distrital e campo de futebol de onze), o museu do Quartzo, as requalificações do parque Aquilino Ribeiro, do Rossio e da avenida Alberto Sampaio, a escola de Ranhados..”»
Fernando Ruas incita a "correr fiscais à pedrada" - « "Corram-nos à pedrada, a sério. Arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada. Eu estou a medir muito bem aquilo que digo", reagiu Fernando Ruas.»
Ruas recusa pedir desculpa - « «Se me tivesse lembrado de outra expressão mais leve, tê- la-ia aplicado. Por exemplo, também aqui na zona se utiliza «chegar fogo ao rabo» e «uma corrida em pelo»», acrescentou, frisando que «o importante é o significado».»
Fernando Ruas nega ter incentivado ao corte de despesas com serviços do Estado - « No sábado passado, em entrevista à rádio Antena 1, o presidente da associação de municípios disse que os autarcas poderiam cortar nas contribuição em que estão envolvidos "por acréscimo":»
Com representantes assim...
publicado por bluewater68 @ 10:09 da tarde
5 post(s)
5 Comentário(s):
O Ruas é para esquecer...
Quanto ao endividamento das câmaras... No ano passado, tive que ir ao Porto a uma reunião. Fui de comboio e apanhei o táxi para a avenida da boavista. Foi um dia único, porque tive a oportunidade de passar mesmo ao lado de um corolário das derrapagens: a casa da música. Esta obra é, de facto, uma verdadeira vergonha porque para além de ter custado um BALÚRDIO, não é feia, é MEDONHA.
Ainda a propósito desta deslocação ao Porto... Nesse dia, estava um tempo típico de inverno , muito chuvoso e húmido e eu, para variar, estava "aflita" com a minha sinusite. O taxista era muito simpático e lá ia falando do tempo, do trânsito, enfim ia fazendo conversa. A dada altura começa a falar da sua bela terrinha, situada nas encostas do douro. Eu, entretanto, espirro, e simultaneamente o taxista pergunta-me de onde eu sou. Antes de lhe falar da minha bela terrinha, e porque tinha acabado de espirrar, solto numa espécie de suspiro e digo "sinusite" ao que o senhor responde "não conheço"... Não tive coragem de lhe dizer que sinusite era a doença e não a terra, pelo que, provavelmente, até hoje o simpático senhor pensa que nesse Portugal fora existe uma bela terra que se chama Sinusite.
Estava com vontade de replicar alongadamente a este post, mas fiquei irremediavelmente com o olhar avermelhado. Só queria dizer-lhe Mr. Anderson para não se meter com o edil da cidade onde trabalho. É um visionário. Ainda só havia cruzamentos por esse país fora e já ele tinha conseguido inundar a cidade de rotundas qual praga de gafanhotos.
É verdade. Viseu, deve ser mesmo a cidade com maior distribuição de rotundas. Daí a chamá-lo de visionário...
Sinceramente, isto não é uma opinião política. PSD ou PS (ou PS ou PSD), vai dar ao mesmo.
A questão é que até acho lógica esta lei das finanças locais.
Isto sem perceber muito de finanças, se a CM de Faro fosse uma empresa, não estaria já perto da falência com tanta dívida acumulada?
Uma coisa é verdade: tenho mesmo embirração com este digno representante dos municípios.
Já agora, falou-se tanto em vermelho que já me esquecia de comentar o post de V Andrade.
A história da "sinusite" é verdadeiramente hilariante.
Sugiro que se crie um post onde cada um possa publicar histórias desse género.
Concordo em pleno com a Casa da Música... nunca vi tal construção tão desenquadrada numa cidade... entre muitas outras que vão aparecendo por este nosso "querido" Portugal...
Quanto à lei das finanças locais, eu em tempos trabalhei numa administração local, e se algum dia eu ponderei entrar para a política, naquele pouco tempo por que lá passei desisti terminantemente da ideia... é assustador pensar a quem estão entregues, e como estão, os nossos municípios...
Quanto à terra Sinusite, adorei!!! ;-D
Concordo com o Mr. Anderson... quem começa o post das "Estórias de Portugal" ???
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