sexta-feira, dezembro 29, 2006

Bull vs Bear


Tenho que confessar que sou um adepto incondicional do investimento na bolsa de valores desde há precisamente 10 anos. Para comemorar esse aniversário vou tentar incutir o bichinho da bolsa em cada um de vocês.

Sempre achei piada à ideia de sermos os responsáveis directos pelo crescimento (ou não) das nossas poupanças. A rentabilidade que a melhor conta a prazo nos pode oferecer será 5% a 6%. Esse redimento pode facilmente ser obtido num dia de bolsa. Existem também outros produtos que a banca nos oferece, produtos esses cujos rendimentos são obtidos maioritariamente nos mercados de capitais. O problema é que apenas recebemos a parte dos lucros que a banca muito bem entende. Entretanto quer o nosso dinheiro esteja à ordem ou noutro qualquer tipo de aplicação, eles (banca) estão a fazer crescer o nosso dinheiro para proveito próprio. Então porque não investirmos nós mesmos o que é nosso e ficar com todo o lucro (prejuízo)???

Este ano que termina vai ser mais um ano “bull”, isto é, mais um ano em que a bolsa subiu. A terminologia bolsista é bastante engraçada. Existe uma luta entre os “bulls”, os que acham\querem que uma acção (ou a bolsa) suba, e os “bears”, os que acham\querem exactamente o contrário. Porquê esta luta? Porque tanto se pode ganhar dinheiro quando uma acção sobe ou quando desce, bastando comprar se se achar que uma acção vai subir ou “shortar” (vender) caso se ache que vai descer. Parece muito fácil, ou sobe ou desce, portanto temos 50% de hipótese de acertar. Mas isto não é um jogo, embora há quem diga que sim, e ninguém está interessado em apostar as suas poupanças. Queremos investi-las com uma garantia mínima que iremos ter uma recompensa no futuro.

Eu sou um “bull” por natureza. Como tal só aqui vou dar dicas para comprar acções. A bolsa portuguesa (Psi 20) assim como as americanas (Nasdaq e Dow Jones) estão a atingir os máximos dos últimos 5 anos. Como tudo o que sobe, desce, os “Bears” afirmam que para o ano vai ser só descer. Eu discordo. Acho que o próximo ano vai ser óptimo para quem quiser “enterrar” uns trocos na bolsa. E o melhor sítio para investir é no Nasdaq. Como fazer isso? Através de qualquer online banking é facil comprar e vender acções em qualquer mercado do mundo. Mas para quem vai começar agora o melhor é começar virtualmente por forma a ganhar alguma experiência e confiança para investir a sério (além de que andamos sempre mal de finanças e as poupanças já têm destino). Para investir na bolsa portuguesa temos por exemplo http://www.portaldebolsa.com e no Nasdaq http://investsmart.coe.uga.edu/C001759/stocksquest/mystocks.htm. São dois jogos virtuais que usam os valores reais dos mercados e que permitem criar e gerir portfolios.

Por último, senão em vez de bichinho dou-vos é uma grande seca, deixo aqui duas sugestões para 2007. Uma companhia energética, IVAN($1.28), e uma biotecnológica, GNBT ($1.61). Esta última, entre pesquisa da cura para diversos tipo de cancro e outro tipo de maleitas que podem fazer furor na bolsa em caso de sucesso, é a mais forte concorrente no mercado americano para o fabrico da vacina da gripe das aves. Desconfio que vamos ter notícias desta doença em 2007.


P.S.
Deixo aqui três sites úteis para quem quer iniciar a vida bolsista:

http://www.cnnfn.com

sábado, dezembro 23, 2006

Boas Festas!

"Procuramos novos sonhos que substituam os que falharam..."
Um santo e feliz Natal para todos e um Ano Novo cheio de sonhos renovados...
1 beijo doce a cada um de vocês

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Apontamentos Natalícios

a Um enquadramento

Lá em casa éramos três pessoas. Eu, a minha mãe e a minha avó. Além de não estarmos incluídos no grupo das famílias numerosas, também não éramos pessoas religiosas. Por esse facto, como devem calcular, o Natal nunca teve muito significado. Particularmente por minha causa, era montada uma pequena árvore de Natal, onde se colocavam as poucas prendas existentes. Muitas vezes, as prendas eram logo entregues no início de Dezembro, ou seja, quando faziam mais falta. Nesses casos, para o dia 25, lá se compravam umas meias ou umas cuecas, que se embrulhavam para compor a pequena árvore de Natal.
Além de sermos poucos, a minha mãe também não podia comer de tudo. Poderia haver um prato mais fora do habitual, mas de resto, não fazia sentido estar a encher uma mesa de iguarias.
Quer a minha mãe, quer a minha avó, eram pessoas que se deitavam cedo. Por isso, também não iam mudar de hábitos na noite de Natal. Nesse tempo, não havia TV Cabo. Primeiro com dois canais e mais tarde com quatro, o problema é que a grelha televisiva era bastante deprimente e sem alternativas. Só com muita sorte é que dava um filme - repetido mil e uma vezes. Se o sono não chegava, a solução seria assistir à missa do galo e ‘mai nada’.
Assim, o Natal lá em casa não era uma quadra muito apreciada.


a
Solidão

Numa quadra onde as pessoas se procuram reunir é quando se ouve falar de solidão.
Existem muitas situações de vida que levam pessoas a considerar a quadra natalícia como um verdadeiro suplício. Porque nunca tiveram família, porque o destino levou a família que tinham, porque agora estão separados de fresco, porque estão longe, porque estão esquecidos.
Nesta Sexta Feira, algumas pessoas vão desejar as Boas Festas aos colegas de trabalho, sabendo que, enquanto esses colegas vão ter um Natal tradicional junto da família, eles, vão entrar numa neura profunda que só irá melhorar no dia 26.
E se no Sábado ainda podem tentar fazer alguma coisa, no Domingo, é mesmo para esquecer. Os seus amigos vão estar ocupados pelas famílias e tudo o que são locais que noutra altura podem frequentar para passar o tempo, vão estar agora encerrados.
E mesmo que tenham um convite de alma caridosa para passar a noite de Natal em casa alheia, é bem provável que declinem o convite, com medo de se sentirem ‘a mais’.
Seria interessante que alguém conseguisse fazer um evento de Natal a convidar a participação de todos aqueles que se encontram sozinhos nesta quadra. Tenho a certeza que seria um sucesso. Por vezes, basta um clique para retirar as pessoas da depressão em que se encontram.


a Comportamentos estranhos

Em tempos, descobri que a noite de Natal tinha alternativas para as pessoas que não iam à Missa do Galo, que não passavam a noite a desembrulhar prendas ou a contar histórias em volta de uma lareira. Quando ainda vivia em Lisboa, juntamente com mais dois amigos ‘outsiders’ do Natal, tínhamos instituído encontrarmo-nos perto da 00:30 do dia 25, onde apontávamos os nossos destinos em direcção ao bar ou discoteca ou que estivessem abertos Nessa noite, fiquem a saber que os poucos ou raros sítios que estão abertos acabam por ter um óptimo lucro, tal é a quantidade de ‘desperados’ que procuram fazer uma noite igual a muitas outras.
Noutros anos, num grupo maior, combinávamos um jantar na noite de 25 para fazer uma troca de prendas entre amigos. Nessa noite, não vale a pena procurar muito. A melhor solução passa mesmo por um restaurante Chinês.
Convém dizer que naquele tempo não havia uma tal Autoridade de Segurança Alimentar e Económica. Refira-se que este organismo tem vindo a efectuar um trabalho magnífico sob a orientação do Dr. António Nunes. Se esse organismo existisse nessa altura, possivelmente pensaríamos duas vezes antes de escolher um restaurante Chinês.


a Prendas complicadas


Oferecer prendas a alguém do sexo masculino é consideravelmente mais simples do que o contrário. Eu até digo para a Princesa Mor: “Sugiro-te uma ida à FNAC. Tudo o que estiver exposto da porta para dentro é uma potencial prenda para mim”. É sem dúvida um leque bem variado de oportunidades. O contrário já não é assim tão simples. Isto porque a maioria dos homens não se atreve a entrar sozinho numa loja de roupa de feminina para comprar um casaco comprido, uma mala, uma blusa, etc.
A pior coisa que se pode fazer é deixar alguma coisa para a última da hora – no entanto, esta deve ser a regra comum. A menos que se saiba exactamente o que se pretende comprar, o mais certo é ficar-mos cada vez mais irritados e desesperados por não conseguirmos comprar ‘A Prenda’. Nessa situação, é provável que compremos ‘uma prenda’, que de certeza não é ‘A Prenda’. Quando o desespero é grande, para mim, um perfume acaba por ser uma opção.

Cada caso é um caso, mas prendas de Natal do tipo electrodomésticos para a cozinha, não costumam ser ‘A Prenda’ e podem acabar em desilusão ou discussão.
E quando se tenta oferecer ‘A Prenda’, existe sem dúvida uma expectativa enorme até ao momento em que o embrulho é rasgado - depende, há quem demore horas a abrir prendas, só para poder guardar o papel de embrulho. Em menos de um segundo, tudo pode desmoronar. Se do outro lado os olhos não brilharem tipo farol do Guincho ou se não houver um sorriso mais largo que o da Manuela Moura Guedes, então, torna-se complicado:
Que tal? Gostas?”
âh, sim…gostei, é bem giro!” - mentira
Hum, tu não gostaste. Olha que se pode trocar!” – pronto, a frase fatal. Se dissermos para trocar é porque não gostámos. Se não dissermos nada, também é mau porque depois já sabemos que não vamos vestir ou usar e será bem pior.
Depois, ainda há a questão do número. Um 38 pode ser o número certo, no entanto, não quer dizer que aquela peça fique bem com um 38. Consequência? uma romaria em desespero ao Centro Comercial no dia 27. Só que, pelo facto de haver um 39 no dia 15 de Dezembro, não quer dizer que continue a haver no dia 27 do mesmo mês. Resultado? Trocar a dita prenda por outra coisa. Pelo menos sempre será ao gosto da pessoa.


a Rabanadas light são uma utopia


Há pessoas que devem desesperar nesta altura do ano por causa da comida. Afinal, passam o ano inteiro a comer e a sonhar com produtos light, a fazer dietas miraculosas e caras c’mo catano, a consumirem e a venderem produtos Herbalife, a irem à faca para retirarem aquilo que poderia corrigido com exercício, etc.
Algumas, ao olharem para a mesa da ceia de Natal, devem sofrer um autêntico curto-circuito. Isto, porque começaram a calcular as calorias associadas a todos os alimentos presentes na mesa. Ao fim do segundo prato de doces já o cérebro pedia um CTRL+ALT+DEL, seguido de Restart.
E por favor, não me venham dizer que os doces de Natal podem ser feitos com adoçantes, com poucas calorias ou com qualquer coisa que se desvie da tradição. Uma rabanada ou Fatia Dourada é para degustar sabendo que levou leite condensado, foi frita em óleo ou azeite e foi polvilhada com açúcar verdadeiro. Mas como eu sou amigo de todos, aqui fica a receita da Rabanada Diet.
O conselho que eu dou é que não se preocupem com esses cálculos calóricos. Desde que se coma de forma equilibrada e sem cometer exageros, não será uma Fatia Dourada ou um Sonho que irá deitar a perder todo o esforço dispendido num ginásio.

a Já nem conseguimos olhar para a comida


Sem dúvida, nem que seja uma vez por ano, todos nós tentamos fazer uma mesa abundante e variada. É isso que em parte caracteriza esta festa do Natal.
O problema é conseguir determinar as quantidades adequadas ao número de participantes na festa. Aquilo que se come no fim, os doces, tem geralmente uma quantidade bem superior à quantidade de pratos principais, acabando por ser um problema em termos de acomodação no reduzido espaço disponível no estômago por essa altura. Leiam esta descrição que vi esta semana: «…já cheira a rabanadas, e a sonhos, e a aletria, e a pudim, e a filhoses, e e pinhões, e a nozes, e a "farrapo velho", e vinho quente com canela, ahh, já me esquecia do arroz doce, e do leite creme, e do bolo rei, e dos frutos secos…», uma verdadeira delícia.

A verdade é que na noite de 25 de Dezembro já ninguém consegue olhar para a comida e a quantidade disponível na mesa ainda é considerável. O ano passado ainda houve quem perguntasse se valia a pena ir fazer a carne de porco com amêijoas, não fosse alguém estar com larica.
Uma vez, num almoço do dia 25, tive uma experiência gastronómica composta por sete pratos, sem contar com a canjinha e os docinhos. Há noite, lembro-me de ter consumido tudo o que era Água das Pedras e Sais de Frutos. Tive pesadelos horríveis e só me lembrava do filme ‘La Grande Bouffe (1973)’.


a Contas Simples





O Natal coincide com o fim do ano, que por sinal é quando surgem algumas contas tramadas – estava a pensar no seguro automóvel, p.e.. A questão é que o tal ‘Subsídio de Natal’ ou 14º Mês, ou já tem destino certo ou nem se dá pela sua chegada. Tanto pode servir para pagar essas contas tramadas como para ‘limpar’ cartões de crédito como para acabar de pagar as férias do Verão anterior, etc. Desse subsídio, sobra sempre muito pouco para comprar os ditos presentes de Natal e de certeza que não será suficiente se pretendermos oferecer ‘A Prenda’ a muita gente.
Como a necessidade aguça o engenho, nada melhor que fazer uma visita ao banco em Dezembro ou em Janeiro. Nessa visita, o gestor de conta será capaz de dizer:
Sr. Silva, isto o melhor seria agregar os seus três empréstimos anteriores num único empréstimo.”
Aumentamos isto para 72 meses e você nem nota.”
Já agora, para reduzir a sua taxa de juro, o ideal seria também pedir um cartão de crédito
blá, blá, assine aqui, blá, blá, e aqui, blá, blá, blá, Tá feito”.
Em último caso, existe uma alternativa ainda mais fácil e acessível – “Cofidis, o crédito por telefone”.
Passa um anúncio na rádio onde alguém diz que é ‘sopinha de massa’. Então, põe-se a dizer palavras tipo ‘sousa’, ‘sousel’, ‘salsicha’, enfim, tudo com muitos esses. Por fim, outra voz diz que há pessoas que fazem tudo para conseguirem 6.000€. É indescritível. Ao pé deste, o anúncio da TV Cabo até tem qualidade.


a Prendas de charme, prendas de reconhecimento


Existem pessoas que pelo Natal, face à quantidade de ofertas que recebem, bem podiam abrir um Banco Alimentar contra a Fome.
Viram o filme ‘A Lista de Schindler’? Desse filme, concluía-se que Oskar Schindler era um verdadeiro relações públicas. Ele atribuía prendas a todos os membros da hierarquia nazi para mais tarde poder tirar dividendos desses actos. Afinal, todos nós gostamos de receber prendas.
Vamos passar à ficção. Imaginem uma empresa de construção civil. Possivelmente, irá presentear o Fiscal do Dono de Obra por ter assinado os autos de medição com celeridade. Possivelmente, irá presentear o Director Técnico por ter aprovado com celeridade os trabalhos a mais. Possivelmente, irá presentear o Responsável que aprovou o projecto para a construção de mais um mamarracho. Possivelmente, irá presentear o Dono de Obra por ter feito várias adjudicações. Mas se essas pessoas só fizeram o seu trabalho, porquê presenteá-las? Eu diria que o importante é manter sempre contentes aqueles que pagam ou que decidem.
Importa salientar que isto é pura ficção e qualquer semelhança com a realidade terá sido pura coincidência. A realidade é que o Estado é um péssimo pagador. O que interessa é haver obra feita, depois, para pagar a factura é que se torna mais complicado.
Eu só digo é que existem pessoas, que pela sua actividade profissional, precisam de um camião TIR para levar para casa todas as ofertas que recebem em virtude de trocas comerciais que efectuaram durante o ano.

Depois, existem as ofertas de reconhecimento. Reconhecimento por uma ajuda, por um favor, por um serviço. Neste aspecto, penso que os grandes vencedores são os cirurgiões.
O ano passado, na semana que antecedeu o Natal, fui a uma consulta com o cirurgião que iria ter o prazer de tocar na minha vesícula. Quando cheguei ao consultório até me assustei com a quantidade de pessoas presente na sala de espera.
Perguntei à senhora da recepção (irá merecer um post em breve):
Desculpe, estão todos à minha frente?
Só uma pessoa. Os restantes só querem dar uma palavrinha ao Sr. ‘dotor’
Foi aí que eu me apercebi dos sacos e saquinhos que acompanhavam essas pessoas. O mais engraçado – que por acaso não tem piada – é que essas pessoas não devem querer que o médico as volte a operar. São bolos cheios de creme, são presuntos, são enchidos, são ovos moles, whiskey, whiskey, whiskey, vinho do Porto, whiskey. Ou seja, se o pobre do médico chegar a comer ou a beber um décimo do que lhe oferecem, é provável que nesse ano tenha de ser assistido por um colega de profissão.
E como no Natal não se deve mentir, eu confesso. Confesso que não lhe ofereci nada. Ou melhor, ofereci-lhe 60€ em cada uma das seis consultas de pós-operatório que fiz este ano. Será que lhe devia ter oferecido qualquer coisa por ter sido uma operação delicada? Bom, eu quando ando de avião e aterro na Portela também não vou ao cockpit oferecer uma caixa de ovos moles ao piloto e não vou à torre de controlo oferecer um presunto Pata Negra ao controlador de voo. Estarei errado?


a 9 Mortos, 39 feridos graves e 352 feridos ligeiros, foi o resultado de 1232 acidentes no Natal de 2005


Um número pode ser primo e pouco mais. Um número não tem sentimentos. Um número não conta uma história. O que podemos saber é que em 2005, durante a operação Natal, morreram nove pessoas e trinta e nove ficaram feridas com gravidade, podendo algumas ter vindo a falecer posteriormente.
Esses números representam pessoas que teriam familiares e amigos que ficaram de luto nesta quadra que se avizinha. Para os que ficaram, o Natal passou a ser uma quadra de dor e de mágoa. Vão olhar para a mesa da ceia e vão recordar e chorar o lugar que agora está vazio, porque quem o ocupava nunca conseguiu chegar ao seu destino.
Querem um voto de Natal? Pois bem, sabendo que vão haver sempre acidentes, desejo que por uma vez não hajam mortos na estrada e que os feridos sejam todos ligeiros.
E como a memória não é curta, espero que as duas meninas que perderam os pais de forma brutal em Chelas, em frente à sua futura casa, possam um dia apreciar o Natal tal como nós o vamos fazer agora. Para elas, desejo tudo de melhor que possa haver neste mundo.


Que seja um excelente Natal para todos, com muita saúde e felicidade


P.S: Estava bastante preocupado com o Artur. Não sabia como é que ele iria passar o Natal. Afinal, parece que ele ganhou juízo e lá se decidiu a gastar mais 15.5€/mês. A Laura saiu de casa do Pedro e foi buscar os filhos e a empregada ao Centro Comercial. Finalmente, o Artur conseguiu fazer a família feliz. Bom, ele ficou na sala a ver a TV Cabo com a mulher, os filhos foram para os quartos e a Deolinda lá se decidiu a ir lavar os pratos, - que já tinham moscas a pairar - a olhar para a TV e a cantar: “Não tenho nada, mas tenho, tenho tudo, sou rica em sonhos e pobre, pobre em ouro…”
Adoro histórias com um final feliz. E vocês?


A minha música favorita de Natal



quinta-feira, dezembro 21, 2006

Feliz Natal...

Minhas queridas amigas e meus queridos amigos:

Espero que estejam todos bem. Como amanhã será um dia de arrumações, de viagem para a terra natal :-) quero deixar-vos aqui o meu desejo: que tudo corra bem nestas festas, não só prendas, mas também mimos! Muitos miminhos ;-)

Deixo-vos também um poema que me chegou às mãos inesperadamente e felizmente:

Ser feliz (Fernando Pessoa)

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar
irritado algumas vezes, mas não me esqueço
de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver,
apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e tornar-se um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser
capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Adoro-vos a todos! Cada um de uma forma muito especial... Bjs


Arte..


"Um trabalhador instala uma tela gigante que simula a fachada distorcida de um prédio, criada pelo artista francês Pierre Lavie. A tela serve para esconder os trabalhos de reconstrução num edifício de Paris." Foto: François Mori/AP; Fonte: www.publico.clix.pt

terça-feira, dezembro 19, 2006

O Natal




segunda-feira, dezembro 18, 2006

Números

Foram divulgados, a semana passada, pelo departamento de estatística norte-americano os números do último censo efectuado por terras do tio Sam. Além de se ficar a saber que 11,2% das muheres americanas já tiveram sexo com mulheres e apenas 6% dos homens já tiveram sexo com homes, que é sempre uma estatística que os media destacam, das mais de 1400 estatísticas mais ou menos interessantes, a que me deixou preocupado foi a seguinte: Em 2007 um adolescente americano vai passar 6 meses a fazer uma de 3 coisas – ver televisão, jogar computador/navegar na net ou ouvir mp3. A estatística é verdadeiramente assustadora pois estes seis meses significam dia e noite, isto é, são 4320 horas. Sabendo que eles têm que dormir (em média 4 meses) que é a única actividade em que não podem fazer uma das 3 anteriores, resta pouquíssimo tempo para outras actividades.

Quanto aos adultos, o ano passado passaram uma média de 183 horas ligados à Internet, contra as 104 horas registadas em 2000. Só em 2005, 13 milhões de americanos criaram um "blog" e 16 milhões recorreram à Internet para socializar ou manter relações profissionais. É natural que a personalidade do ano para a Time sejamos Nós! Mas também é natural perante estes números que os americanos sejam os mais gordos do planeta e continuem a aumentar de peso, assim como é natural que nós comecemos a caminhar nesse sentido.

Como um novo ano se aproxima, uma das mudanças que pretendo fazer é passar menos horas em frente ao computador. Mas enquanto ele não chega, deixa lá aproveitar ...

Nós...


Nós Desta vez não há nomes próprios, apelidos ou caras risonhas. Simplesmente “You”. É a tradicional escolha da revista Time para "Person of the Year", que este ano não é bem uma, mas muitas pessoas. Com esta escolha, cujo critério é de âmbito muito alargado, a Time quer destacar qualquer pessoa que usa ou produz conteúdos para a Internet, como nós. Foto: Time Inc./AP

domingo, dezembro 17, 2006

O Jorge Nuno e os “Puns”

“Olhei para o Jorge Nuno que tendo problemas de flatulência era o único que de vez em quando se descuidava, ás vezes nas situações mais inconvenientes como em cerimónias oficiais levando-me a acender de imediato um cigarro para disfarçar o odor”. (in “Eu, Carolina”)

Carolina, lamento poder ferir a tua sensibilidade de dama mas tenho de te dizer uma coisa: ele não é o único. É verdade Carolina, até tu, singela e educada dama, dás em média 10 a 15 “puns” por dia. Isto se estiveres na média, porque podes bem ser dos que dão 30 ou mais puns.

Estes dados são avançados pelo Dr. Mário Cordeiro, na sua coluna na “notícias magazine”. Ele refere que “todas as pessoas dão puns. Têm forçosamente que dar, ou então já teriam desaparecido no ar tipo balão” (o que eu gostava, Carolina, que tu não desses “puns”). Segundo o Dr. Cordeiro “não são raros os casos em que acontece o seguinte: o cirurgião, ao operar os intestinos, corta-os com o bisturi eléctrico e PUM! Dá-se uma explosão… com algumas consequências desagradáveis. Isto acontece porque a mistura de gases intestinais é muitas vezes explosiva. Aliás por isso é que os gases fazem exactamente esse barulho: PUM!, daí o nome”.
Parafraseando o saudoso Fernando Pessa é caso para dizer “e esta hein!”.


(X,Y,Z)_Coordenadas Musicais

Frederico Aubele - (Postales)

Frederico Aubele, natural de Buenos Aires é conhecido por ser um junkie ávido de discos em vinil.
Aubele consegue tratar a guitarra como ninguém, mas não foi propriamente nesse registo que se notificou. Após algumas sessões de música lounge, em diversos bares da sua Buenos Aires, recebe um feedback inesperado e lança-se mais nesta temática. Anexa todo o cariz da música argentina, nomeadamente o tango e toda essa mística que o enrola.

Mais tarde descobre o endereço da Eighteenth Street Lounge Music na web e envia uma demonstração do que era capaz de fazer… passados poucos dias assina e grava o álbum Grand Hotel Buenos Aires, recheado de manifestações argentinas, guitarras, dub, lounge etc…

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Peregrino de Aluguer (167€/dia)

Promessa: Uma promessa pode ser equiparada a um juramento. Contudo, é geralmente associada como uma tradição religiosa, nomeadamente cristã, que consiste em prestar o culto a uma entidade específica (um santo, deus, etc.) em agradecimento.

Eu já tinha visto a reportagem na televisão sobre um tal peregrino de aluguer. No Domingo passado, ao folhear a revista do Correio da Manhã, deparei-me com um artigo extenso sobre este peregrino, o Sr. Carlos Gil de 42 anos. No final deste texto, encontram links para a página do peregrino de aluguer e para o artigo do CM.

Sobre o artigo, transcrevo as seguintes partes:

«…Carlos Gil, de 42 anos, tem uma loja de computadores em Cascais e vende casas na zona de Sintra. Duas ocupações que lhe roubam a maior parte do tempo. Contudo, duas vezes ao ano, tira uma quinzena para se dedicar a uma espécie de part-time religioso…»

«…É, sem dúvida, uma ideia peregrina. E estranha. No entanto há quem recorra a este serviço temporário, que teve a sua origem há cerca de 700 anos. A simples preguiça, incapacidade física ou outra razão qualquer tem um custo ao cliente: 2500 euros, que não só preenche o rendimento de 15 dias de trabalho, como também cobre as despesas inerentes à peregrinação, desde o alojamento às refeições. Este é o montante cobrado por Carlos Gil para peregrinar pelos outros, fazer a caminhada, acender as velas no santuário e regressar a casa. De lembrança traz uma espécie de diploma – que não é mais do que um ‘souvenir’ – com carimbos dos vários sítios por onde passou e uma paz de espírito…»

«…“As pessoas têm o direito de pensar que isto é um negócio, mas acreditem que não é”. E acrescenta: “Não considero que este peregrinar para terceiros seja contra-natura. Uma peregrinação é algo pessoal. No meu ponto de vista, isto é um serviço romântico que eu presto”…»

«…Esta espécie de remédio que é a caminhada aos locais divinos é para todos, daí Carlos Gil nunca ter recusado os serviços ‘rent-a-peregrino’ a nenhum potencial cliente. “Quem sou eu para recusar seja o que for? Não tenho medo do presente envenenado. Não me compete dizer que faço isto por aquele sujeito e não faço pelo outro. No fundo não tenho o direito de julgar ninguém”…»


Além disso, após consulta do site do peregrino, transcrevo os seguintes textos incluídos na secção de Perguntas e Respostas:

«Porquê pagar uma promessa?»
«São questões de fé. Cada um tem as suas razões. É o sentimento de estar em falta com o divino. Quando, muitas vezes em desespero, se faz uma promessa e recebemos ajuda para a resolução dos nossos problemas, sentimos necessidade de saldar contas... reconhecer, acima de tudo é mostrar reconhecimento. É acima de tudo o estarmos gratos pela ajuda que veio, pela resposta ás nossas preces...»

«Quem prometeu, ao dar dinheiro, não está a fazer nenhum sacrifício...»
«A pessoa que se acha impedida de cumprir a promessa e se sente em falta, ao pagar está a dispender do seu dinheiro. Para o ganhar dispendeu do seu tempo, trabalhou e prescinde da comodidade que esse valor lhe podia dar. Está a dispender do fruto do seu trabalho, pagando o meu tempo... É o seu sacrifício!»


Bom, eu tenho sempre uma certa dificuldade em aceitar situações onde se ‘mistura’ religião e/ou fé com dinheiro, é tipo água e azeite. No caso deste serviço de aluguer, faço notar os seguintes pontos:

- O que pode levar alguém a pagar a uma pessoa para cumprir uma promessa em seu nome?
O artigo usa um termo, no mínimo, infeliz. Menciona «…a simples preguiça…» como uma razão para se contratar os serviços deste peregrino. Eu não acredito que alguém possa fazer um pedido divino e depois, sem qualquer problema, pague a uma pessoa para cumprir a sua própria promessa, apenas por que não lhe apetece mostrar o seu reconhecimento.
Mesmo em caso de doença, também não vejo razão para que tal aconteça. Quem esteve doente, fez um pedido e obteve resposta às suas preces, conseguindo melhorar mas não possuindo capacidade física para mostrar o seu reconhecimento, creio eu, não deveria ter necessidade de o fazer. Na minha opinião, o facto de não poder cumprir uma caminhada, não significa que não esteja agradecido pelas melhoras obtidas.

- Não é um negócio? Um serviço romântico por 2.500€?
No meu caso, posso dizer que se recebesse 2.000€ por 15 dias, já iria receber mais do que ganho num mês de trabalho. E estamos a falar de valores líquidos, porque no site do peregrino não é indicado que seja passada factura.
E se alguém agora viesse dizer que fazia o mesmo por 2.000€ ou 1.500€? será que este peregrino iria manter os seus valores? Aliás, no site deste peregrino, poderá ver a sua justificação para o valor apresentado. Sobretudo, afirma que tem direito a manter o seu nível de vida. Sobre isso, nada a dizer. (
link)

- Uma questão de lógica, se é que existe.
Na entrevista, o Sr. Carlos Gil diz «…Não considero que este peregrinar para terceiros seja contra-natura. Uma peregrinação é algo pessoal…». Se é algo pessoal, mais um motivo para não ser feito em nome de terceiros. A peregrinação é também uma demonstração de fé e a fé, acho eu, é pessoal e intransmissível.
No seu site, afirma que quem paga está a despender do dinheiro que ganhou através do fruto do seu trabalho, logo, através de sacrifício para o conseguir. Assim, essa pessoa ao pagar ao peregrino está também a ter um sacrifício. Faz sentido.
Por fim, afirma na entrevista que «…nunca ter recusado os serviços ‘rent-a-peregrino’ a nenhum potencial cliente. “Quem sou eu para recusar seja o que for?...». Pois, e se o contratante não teve qualquer sacrifício em ganhar o dinheiro com que vai pagar o serviço? Sem querer mencionar negócios menos limpos, continua a ser válido peregrinar por alguém que não tem qualquer problema em despender 2.500€? não se está a banalizar o conceito de peregrinação para ‘pagamento’ de uma promessa?

O Sr. Carlos Gil diz que «…No fundo não tenho o direito de julgar ninguém…». Para que não hajam dúvidas, nem eu estou aqui a julgar o Sr. Carlos Gil. Mal seria.

Aproveito sim para fazer uma sugestão. Sugiro a todos aqueles que não podem ou não querem cumprir promessas, que em vez de contratarem os serviços de um peregrino de aluguer, experimentem, por exemplo, a doar esse dinheiro para uma instituição qualquer de solidariedade, ou uma Igreja da sua zona. Podem ter a certeza que o dinheiro seria melhor empregue e que até iriam obter uma maior satisfação ou paz interior desse acto. É só uma sugestão.

Por fim, pergunto a todos aqueles que possivelmente, até já foram a Fátima cumprir uma promessa. Seria capaz de pagar a alguém, uma quantia qualquer, no sentido dessa pessoa ir no seu lugar a Fátima cumprir uma promessa sua?

Peregrino de Aluguer – Artigo no ‘Correio da Manhã’, 10/12/2006

Pagador de Promessas – Site oficial

Como parecer ocupado... DICAS

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Filmes para Adultos

Se pensa que aqui se vai falar de excelentes actrizes e actores, como Jenna Jameson (prémio em 2006: Melhor na Categoria "All-Girl Sex Scene"), Tera Patrick (prémio em 2002 - Melhor Performance Provocativa – ‘Island Fever’) ou de Mr 18 Inch, então, lamento informar que tal não vai acontecer. Aqui, irei falar de filmes que são vistos por crianças e que deveriam ser vistos por todos os adultos.

Um pouco de história
Os anos de ouro da animação americana: trata-se de um período que teve início em 1928 com a introdução do som nos cartoons. Atingiu o seu pico em 1940 e continuou até cerca de 1960. Nesse período foi quando foram criados os personagens mais famosos da animação, nomeadamente, Mickey Mouse, Donald Duck, Goofy, Bugs Bunny, Daffy Duck, Porky Pig, Droopy Dog, Popeye, Betty Boop, Woody Woodpecker e Tom and Jerry

Foi neste período que surgiram os filmes de animação de longa-metragem mais famosos, sobretudo, os que foram lançados pela
Walt Disney. Entre eles, destaca-se o “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937) e o “Fantasia” (1940).
No filme ‘Fantasia’, a banda sonora consistia em oito peças da música clássica, tocadas pela
Philadelphia Orchestra sob a direcção de Leopold Stokowski. Foi sem dúvida um filme notável para a época, tendo sido o primeiro filme a ser gravado com som estereofónico.

Paralelamente, de 1930 a 1969, os
Looney Tunes da Warner Brothers, iam marcando os seus pontos na animação. No entanto, quando comparados com os cartoons da Disney, estes Looney Tunes conseguiam ser bastante polémicos, tendo sido alvo de censura nos EUA. Tiveram várias cenas cortadas e editadas, sobretudo porque apresentavam cenas de estereótipos étnicos e cenas consideradas de extrema violência para o seu público-alvo, as crianças.

1994: a Walt Disney lança o magnifico ‘
The Lyon King’ (O Rei Leão). Foi um filme desenvolvido a partir de um argumento original, sem inspirar-se em fábulas ou em clássicos da literatura.

1994:
Jeffrey Katzenberg, principal responsável pela recuperação da animação da Walt Disney e autor de êxitos como ‘A pequena Sereia’, ‘Aladdin’ e ‘O Rei Leão’, zanga-se com o seu colega Michael Eisner, e sai pela porta principal. Embolsa uma indemnização milionária, entre 100 a 250 milhões de dólares (o valor nunca foi conhecido), e funda a Dreamworks SKG juntamente com Steven Spielberg e David Geffen. Fica a encabeçar o departamento de animação e contrapõe, a um produto Disney a marcar passo, filmes mais «adultos», utilizando técnicas absolutamente inovadoras.




1995: É exibido o ‘
Toy Story’, da Walt Disney. Trata-se da primeira longa-metragem da história totalmente feita por computação gráfica.

1998: finalmente a Dreamworks começa a dar cartas. Lança o ‘
AntZ’ ou ‘Forminha Z’. A novidade é a paródia ou referência a partes de filmes de sucesso dos anos 90.

2001: O maior sucesso da Dreamworks, ‘
Shrek’. Neste filme, Jeffrey Katzenberg faz a sua espécie de vingança pessoal contra a casa Disney. Este filme é não só uma paródia politicamente incorrecta aos contos de fadas e às suas convenções e protagonistas, como também é uma sátira expansivamente devastadora ao mundo animado que Walt Disney criou, à custa desses contos.

2003: O contra-ataque da Walt Disney. Sai ‘
Finding Nemo’ ou ‘À Procura de Nemo’. Um enorme sucesso de bilheteira.

2004: A Dreamworks lança o ‘
Shark Tale’ ou ‘O Gang dos Tubarões’. O filme da discórdia. Apenas 35% das críticas foram positivas, no entanto, conseguiu ser um êxito de bilheteira.
Houve protestos por parte de organizações italo-americanas por causa do filme apresentar um estereótipo negativo.
Houve a especulação que o tubarão Leny pudesse ser representativo de uma figura
Gay. Vomitava quando tinha carne na boca, era vegetariano, dócil, e gostava de mudar de... espécie.
Por fim, a opinião geral que o filme não era para crianças, considerando que não poderiam compreender as piadas directamente ligadas com o filme ‘O Padrinho’.

2005: A Dreamworks lança o ‘
Madagascar’. Este filme foi a razão de escrever este post.

Vozes de Luxo
Um dos factores de sucesso destes filmes de animação, é o elenco de vozes que é escolhido para dar vida às personagens. O filme ‘Rei Leão’, deu o primeiro passo na selecção de actores de nome sonante, entre eles, Matthew Broderick, James Earl Jones, Jeremy Irons, Whoopi Goldberg e Rowan Atkinson.
Posteriormente, a Dreamworks no seu ‘Gang dos Tubarões’ não fez a coisa por menos. Numa tentativa de superar o êxito que tinha sido o ‘À Procura de Nemo’, convida os seguintes nomes: Will Smith, Angelina Jolie, Martin Scorsese, Renée Zellweger, Jack Black, Robert De Niro, Peter Falk, Michael Imperioli e Vincent Pastore (estes dois últimos entraram no ‘Tudo Bons Rapazes’ e ‘Sopranos’).
Pessoalmente, acontece-me algo estranho quando vejo estes filmes. Antes de os ver, já sei quem faz as vozes. Assim, dou por mim a ver o actor e não o boneco animado. No ‘Madagascar’, não via um leão mas sim o Ben Stiller. Não via uma zebra mas sim o Chris Rock. Isto já vos aconteceu?
Nas imagens seguintes temos o
Ben Stiller a dar voz ao leão ALEX e o Chris Rock a animar a zebra MARTY



O Vídeo transformou o encanto em algo ‘fast’
Na minha infância, era comum ir ao cinema ver um filme de animação por altura do Natal. Os mais novos poderão ficar chocados com o que vou dizer: ‘nesse tempo, não havia Vídeo, aliás, leitor de DVD era algo tipo ficção científica’.
Assim, todos os anos, por altura do Natal, haviam reposições. O ‘Fantasia’, o ‘Dumbo’, o ‘Bambi’, ou o ‘Pinochio’ são exemplos desses filmes repostos.
Hoje, esse ‘encanto’ de levar os filhos ao Cinema desapareceu. Se não houver um filme original por esta altura, já não existe alternativa. Por exemplo, não faria sentido fazer uma reposição do ‘À Procura de Nemo’. O resultado seria uma sala vazia.
Hoje em dia, de forma simples, podem-se comprar todos os filmes de animação e oferecê-los às crianças. Já não é preciso esperar pelo Natal.

‘Bocas’ e referências cruzadas
O segredo do sucesso destes filmes de animação modernos passa sobretudo por um humor eficaz, com piadas simples e pela inclusão de referências cruzadas para outros filmes – normalmente, grandes sucessos de bilheteira. Desta forma, existem imensos temas de adultos que são introduzidos nos filmes de forma brilhante, sem interferir com os temas mais apropriados para as crianças, conseguindo-se assim captar a atenção e despertar o divertimento de todas as idades.
Na imagem seguinte pode verificar um dos exemplos dessas referências cruzadas. Neste caso, no filme ‘Madagáscar’, o leão ALEX tinha uma visão de desejo de nacos de carne, a qual, é uma referência directa ao filme ‘
Beleza Americana’ (1999), onde o personagem principal fazia a sua imagem de desejo com uma adolescente de 16 anos. Como é óbvio, as crianças não viram o ‘Beleza Americana’ e não vão associar essa imagem a algo ‘menos próprio’. Vão fazer a sua própria interpretação e achar a devida piada.



Por curiosidade, fique a saber o número de referências cruzadas nos seguintes filmes:
‘O Gang dos Tubarões’ (19); ‘Madagáscar’ (36)

Personagens Efémeras
Salvo raras excepções, os bonecos actuais têm uma vida muito curta. O SHREK irá para a terceira versão, e o leão, a zebra, a girafa e a hipopótamo de Madagáscar também já têm uma sequela prevista. De resto, o Nemo ficou-se por uma única aparição, sendo essa a situação comum.
Os meus amigos Mickey, Donald e Pateta acompanharam-me durante muito anos. Na minha cama, tinha uns lençóis do Mickey que eu adorava.
Hoje em dia, quanto tempo é que dura a decoração dos quartos das crianças? Seis meses? e a mochila que se comprou para a escola com o Nemo?

Notas Finais
A concorrência no cinema de animação tem sido feroz, tendo a Dreamworks conseguido impor-se de forma brilhante num mercado dominado pela Walt Disney.

Na minha infância não pude ir à Disneylandia. Se tivesse ido, sabia que iria ver os bonecos dos meus sonhos. O Mickey era o Mickey. Hoje, o que é a Disneylandia? Será que as crianças ainda conseguem achar alguma piada ao Mickey?

Hoje, os novos heróis são substituídos com a mesma velocidade com que se mudam de meias, não havendo tempo para criar um ‘culto’ com uma personagem.
Acredite que estes filmes de animação são também para adultos. Se nunca viu algum deles, sugiro que o faça. Peça emprestado aos seus filhos, aos filhos dos vizinhos do lado ao alugue no Clube de Vídeo. No fim, vai ver que se sente extremamente bem disposto e até esqueceu aqueles problemas do costume.

Ponha a correr o vídeo seguinte, aumente o som do PC, deixe sair a criança que há dentro de si e grite bem alto: I LIKE TO MOVE IT, MOVE IT, I LIKE TO MOVE IT, MOVE IT, I LIKE TO MOVE IT, MOVE IT, YA LIKE TO (“MOVE IT”)
Por curiosidade, o senhor que dá voz a este rei JULIEN, é um tal de
Sacha Baron Cohen, aquele que agora anda nas bocas do mundo.



Termino com algo do meu tempo: That’s all folks!

Vídeos da Disney
Dreamworks SKG
Looney Tunes

Não quer um divórcio nem ficar sem os filhos, pois não?

Pai,
Já percebi que quando me tratavas por «A minha prinxêsa…», estavas só a querer agradar.
Fui viver para casa da minha amiga Inês. Os pais dela são uns fixes. Quando eu lhes contei que ainda não tínhamos TV Cabo em casa, riram-se. Foram os primeiros a querer que eu fosse para lá.
Beijos,
Rita

P.S: escusas de ligar. Eles não têm muito boa impressão tua.



No seu artigo semanal no Expresso, Miguel Sousa Tavares (MST) escreve sobre dois casos exemplares, sendo um deles relativo à actual campanha da TV-Cabo.
Cito:
«Está nas ruas uma campanha publicitária de «outdoors» da TV-Cabo que é uma verdadeira infâmia. Nela, e no início, expuseram uns cartazes onde um filho anunciava ao pai que se tinha ido embora de casa porque ali não havia TV-Cabo…»
«É inútil gastar tinta a explicar o que é evidente: que esta campanha ofende os pais, os maridos, as mulheres, os filhos e as empregadas domésticas. Que ofende os valores mínimos do casamento, da família e da vida em sociedade. Presumo que algures, infalivelmente, existe um organismo qualquer do Estado que tem por missão vigiar o código ético da publicidade e actuar quando ele é violado. Mas também presumo, por razões à vista, que o dito organismo deverá ser habitado por uns quantos personagens que nada fazem para justificar o vencimento e regalias da função…»
«Pois era bom que acordassem, desta vez: a TV-Cabo deve pagar esta ousadia com uma multa que seja suficientemente grande para a fazer lamentar o quanto ofendeu e não voltar a ter a tentação de repetir a brincadeira no futuro;»
«Se a TV-Cabo me quiser processar pelo que aqui escrevi, aposto que há-de haver um mestre pronto a emitir parecer de que a sua campanha publicitária integra os valores profundos da Constituição que nos rege.»


Desta vez estou aqui para dizer que estou plenamente de acordo com o artigo escrito pelo MST. Fiquei com uma certa sensação de desconforto, desde que vi o primeiro spot publicitário na televisão. Aquela imagem do Artur que lê um bilhete da Laura a dizer que tinha ido para caso do Pedro, no meu entender, roçava um limiar do mau gosto. Posteriormente, seguiram-se os spots onde a filha, o filho e a empregada doméstica também decidiam ‘abandonar o barco’. Aqui, efectivamente, achei que o mau gosto tinha sido atingido.
Já no meu post anterior,
“Há coisas fantásticas, não há?”, eu considerava que o estereótipo do anúncio focava muitas situações que poderiam esconder graves problemas dentro do seio de uma família. Em vez de se procurar uma união familiar, havia um anúncio a promover a distribuição do sinal de TV por toda a casa. Será essa imagem representativa das famílias actuais, em que todos os membros se isolam a ver televisão nos seus “aposentos”? quando o mundo ficou uma vez mais chocado com a morte de duas jovens, vítimas de anorexia, será prudente achar normal que os filhos se possam isolar num quarto a ver televisão?
Desta vez, os anúncios da TV-Cabo exploram a imagem que nas casas onde não existe TV-Cabo, há o risco de haver divórcios e afastamento na relação entre pais e filhos. Tal como diz MST, ofende os valores mínimos do casamento, da família e da vida em sociedade.


Tem-se assistido a várias campanhas que exploram o caricato de forma a captar a atenção dos possíveis clientes ou compradores. Enquanto efectivamente nuns casos, as audiências são alertadas de forma subtil, com um humor mordaz e eficaz, noutros casos, assiste-se a uma total falta de gosto em que a mensagem não tem qualidade nem obtém os resultados desejados.
Mas acima de tudo, se existe esse tal organismo do Estado que devia vigiar o código ético da publicidade, a imagem que passa para nós, audiência dos anúncios, é que este organismo não anda a desempenhar o seu papel tal como seria de esperar.

Em tempos, havia um anúncio de um carro – cuja marca ou modelo não me recordo – que era um excelente exemplo de violação de regras de bom senso. O anúncio apresentava um adolescente na berma da estrada a pedir boleia. Nisto, começava-se a ouvir o roncar de um motor e passava algo tão rápido que nem se via.
Está provado que o excesso de velocidade é a principal causa de acidentes nas nossas estradas. Então, qual seria o impacto desse anúncio num miúdo de 19 anos, com a carta acabadinha de tirar e com um carro prometido como prenda de anos? Será que ele não o iria querer? Como é que existem leis severas contra o tabaco, com os maços a exibirem enormes mensagens: “O tabaco provoca morte lenta e dolorosa”, e depois, não existe qualquer proibição em anúncios que são um autêntico chamariz para a velocidade nas estradas?

O próprio Estado é um péssimo exemplo. No fiasco da campanha rodoviária deste ano, o anúncio original dizia: “Todos os anos cai em Portugal um avião cheio de crianças. É este o número…”. Depois de inúmeras críticas, o anúncio foi alterado para “Um avião cheio de crianças. É este o número…”. Será possível que quem tenha encomendado este assunto não tivesse um pingo de bom-senso? Sabem quanto custou este anúncio ao Estado e por associação, a todos nós?

Uma sugestão. Para não passar um Natal miserável, sozinho na sala a olhar para a árvore de Natal, sugiro que adira a esta campanha da TV-Cabo, não vá o diabo tecê-las. Afinal, são só mais 15,5€/mês a juntar às suas outras inúmeras prestações.


Nós mulheres...

Cubo Mágico em 2 minutos!!!

Simplesmente genial...

O que fazemos às nossas crianças

Empenho máximo Os alunos Nathan Eary, à esquerda, e Jacob Rivera, à direita, dão o seu melhor durante uma actuação do coro da Central Elementary School, em Sidney, no estado norte-americano do Ohio. Foto: Erin Pence/Sidney Daily News/AP

Que futuro aguarda as nossas crianças?

terça-feira, dezembro 12, 2006

Miss Portugal ... ou não?

Vocês lembram-se desta??

Desde que o gato fedorento começou com esta ideia de ressuscitar vídeos antigos que eu esperava ansiosamente pelo momento em que se lembrariam deste grande dia de infelicidade do Humberto Bernardo. Dias difíceis todos têm, mas quando eles acontecem na televisão… É complicado. E foi de tal maneira que o dito nunca mais fez nada na televisão. Pior que isto é praticamente impossível…

É Natal! É Natal!


Esta é a minha árvore de Natal e o meu presépio. Adoro ver a minha sala cheia de cores natalícias. Nestes dias de frio que têm estado por estas bandas, não há nada melhor do que chegar ao final do dia e ficar a olhar para as luzes do presépio, bem enrolada numa manta polar.

Lanço um desafio a todos os membros do blog: mostrem-nos as vossas decorações de Natal, os doces natalícios que vos levam à "loucura", contem coisas sobre o vosso Natal.
O meu Natal este ano vai ser passado em terras algarvias. Os doces estão a meu cargo mas ainda não decidi exactamente o que vou fazer. Na lista obrigatória estão as filhozes (ou velharocos) e as broas de Natal, doces de Natal da região centro que vão encher de cor e de sabor a nossa mesa algarvia.
Bons preparativos para o Natal!

Olá!!!!!!

Minhas caras amigas e meus caros amigos bloguistas: Sinto a vossa falta, chiça!!! Onde andam?? Vá lá não vamos desistir do nosso querido tretas.... gosto tanto de ler / ver as vossas coisas... não me digam que não há nada para partilhar!!??

Aqui fica um elogio à amizade bem profunda, bem à maneira das crianças, e também para marcar o aniversário da minha irmã! :-)

Beijinhos a todos! E voltem please... estão perdoados ou perdoem-me... eu não volto a colocar uma imagem do Bush. Prometo.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

(X,Y,Z)_Coordenadas Musicais

Mário Biondi and the High Five Quintet

Mário Biondi, artista de ascendência siciliana, começou a cantar no teatro por influência do seu pai, um devoto padre siciliano que se tornou num popular cantor. Biondi mais tarde começa a cantar no coro da igreja e chega até a ficar em terceiro lugar num festival da canção na ilha Sicília. De seguida começa a tocar piano e a cantar em bares, um pouco à semelhança do génio Ray Charles. A partir daí foi “sempre a subir”, e hoje presenteia-nos com diversas músicas, espalhadas por inúmeras colectâneas de renome na categoria jazz / soul. Infelizmente esta sua obra ainda não se encontra disponível em Portugal, contudo podemos já viajar nesta melodia fabulosa através deste vídeo clip que vos deixo.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Diferenças


04-12-2006 - 08:46Dolly e Bush O Presidente George W. Bush e a sua mulher, Laura Bush, posam para a foto oficial com os artistas distinguidos pelo Kennedy Center, na Sala Azul da Casa Branca. Da esquerda para a direita, o casal posa com o cantor e compositor Willam "Smokey" Robinson, o compositor Andrew Lloyd Webber, a cantora country Dolly Parton, o realizador Steven Spielberg e o maestro Zubin Mehta. Foto: Eric Draper/EPA



03-12-2006 - 09:38Ainda sem nada nas Filipinas O tufão Durian devastou a província de Albay. As crianças sobreviventes juntam-se umas às outras descalças, com chinelos, sem par. Mas com medo. Hoje, em Legazpi, começaram a circular mensagens SMS com um falso alerta de tsunami, o que gerou nova vaga de pânico numa região já fustigada pela catástrofe. (Foto: Dennis M. Sabangan)


Como o mundo é diferente e injusto... :-(

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Bom fim-de-semana!


Esta fotografia é de uma formação rochosa que existe num lago da Birmânia. Só é possível tirá-la num determinado período do ano, devido à luminosidade do sol.

Há coisas fantásticas, não há?

Só para desejar um bom fim-de-semana prolongado a todos. E deixar um beijinho especial ao Genéricas.